A água nunca havia batido em minha bunda de forma tão gelada e cortante, até que chega agosto, que me recebe violentamente, trapaceando , nocauteando, e sobretudo, me preparando. Se não aprendo no amor, vai na dor - e eu que já fui atrás de tantas dores, pagando caro - agora sou sucumbida pela pior delas, a de assistir de forma impotente, minha mãe adoecer. Sofremos dores agudas, ela a dor propriamente dita por uma apendicite supurada, eu por vê-la sofrer, e por egoísmo de pensar como seria perdê-la, valendo ressaltar que aos 73 anos , ela nunca havia feito uma única cirurgia. Não , eu não estou preparada para viver sem mãe, e a vida me dá a chance de voltar a tê-la saudável comigo, e poder ser sempre sua filha.... Encerro agosto , esperando o perfume de belas flores para setembro.
Fulana
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